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130 - e o luar embala a imagina​ç​ã​o pelas sombras

by a poesia das estações

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1.
terá o mar de vir onda por onda sobre a minha dor terão as cordas de abrir as amarras quebrar até o navio partir vogando no ar serei então o ardil na escama revelada veneno carmim, sopro na vela inflada abrirão as espumas gargantas fundas para engolir a intensidade do amor, o desespero e a bruma vou respirar devagar e tentar esquecer que há vida e que há morte desaparecer pelos interstícios oceânicos até que o corpo vagueie apenas em si e além do corpo virá toda a fantasia quando me pedir algo dar-lhe-ei água das fontes das serras perdidas na tempestade intensa recordará as neves o ar rarefeito e o perfume das madressilvas
2.
3.
sob céus negros onde ventos agitam e quebram árvores galgando os mares, faiscando granizo minha alma hiberna solitário reina o inverno sob véus negros onde lágrimas cintilam e beijam a pele estende-se um manto de neve estelar minha alma acorda voando em solidão superna
4.
agitam-se conchas e búzios num olhar que espreita tilinta a cor e recolhe-se o fogo ao interior mais profundo do ser caminha a alma pela praia ondulante ao vento e à chuva
5.
flutua meu amor sobre a espuma como flor translúcida de um beijo vago cintila, sonha e quase se adormece nos voos prateados das nuvens o sol dança com raios leves as asas saciam a sua sede de aroma
6.
lá vem o veleiro de longínquos céus navega pelas nuvens, traz o mar à cintura desprende os mastros, de agulhas e caruma vem com névoa, com rum, adormecendo nu e eu vejo navegantes subir pela praia mulheres e homens de olhos ávidos dos tesouros da terra, das frutas e das fontes saqueiam e beijam para regressar à aventura
7.
saudade de mar uma onda, uma fada a enseada na bruma mãos de areia e desejo os beijos loucos da maresia eu vi uma enguia dourada corria pela madrugada e líquida sorria ao chegar à foz quem passa entre o sal e a doçura mãos lívidas de ternura, cobri-me o rosto de lua até os barcos partirem ondulando o sonho no seu longo dorso escorrendo
8.
uma onda gigante uma revolução nas lentas e enormes pás de um vapor transatlântico gemem os animais que o mar é fundo e assusta não há amanhã sem um cais não há sono sem despedida e vêm na espuma as imagens trazem olhos e bocas a rir ainda é longa a viagem ergue-se a onda sempre a subir
9.
enjoo de segunda-feira vogando azul com os excessos das noites em porto a flutuar ainda trémulos despojos do mar rodopiamos e dentro e além do rodopiar meu corpo revolve sem parar deixando-me numa língua fina de areia e esperança entre duas turbinas que esmagam o tempo de plantas esfumando
10.
de pérolas d'amor minha alma encantada na ilha quente e húmida onde as histórias nos embalam contos de paixões, aventuras e maravilhas cores, aromas, perfumes e texturas a vida brilha e fulge em seu colo carnocópia balouçando no mar
11.
ondas e ondas de uma sonolência aterradora tranquilizante como estretor e estarrecer do sono opiático a melancolia embala com a chuva criando um sonho de lençóis e cobertores perfumados
12.
névoa sobre o rio do amanhecer nuvens na água como no céu entre os barcos e as asas de um anjo voam bandos de aves saudando o sol
13.
se a noite invade de fantasia e voos siderais no luar descubro o teu rosto e a armada chega cristalina escuto a madeira rangendo no cais e precipito-me correndo no areal de sal, saudade e maresia no telescópio traçamos caminhos estelares sonhando a carta celeste que nos declara apaixonados do universo
14.
mergulho entre conchas nos banhos de afrodite nado até à ilha e escalo a rocha até à cruz agora só o mar me pode adormecer embalado nas ondas, cantos e recantos do amor descendo a falésia virão anjos enquanto num barco partimos juntos três pedras de sonho nas mãos de afrodite
15.
palpitante a sereia que acende meu peito escamas faiscantes de amor e brilho seguimos fundo à origem dos sonhos marinhos chegamos à cidade do reino encantado submerso desde tempos longínquos aqui o tempo é um arrepio de areia inalcançáveis os sons dos vulcões e dos ventos já só lembro o perfume quando acordo na ilha
16.
desenhos de metal com régua e esquadro ângulos de sal medidos no transferidor estelar de luz e de sombra preparados para ondular no sabor de ventos e marés
17.
silêncio submarino e um murmúrio de água que aguarda a passagem da embarcação da minha alma algas florindo brilham e abreo meu sonho m sussurrando ao meu coração destinos, nos jardins dos mares
18.
monstros entre as névoas emergindo em lendas quando o mar serena e o luar embala a imaginação pelas sombras
19.
os oceanos aguardam calmos e tranquilos a canção da baleia ela traz em si a vida repleta de sonhos, aventuras e maravilhas e os oceanos sorriem cada vez que ela chapinha ou lança um longo sopro no ar
20.
fantasia entre as estrelas uma embarcação que aporta vinda de longe aromas diversos, rostos, gestos e línguas podemos trocar impressões sobre a vida e o universo tocar a distância e sentir a unidade no disperso

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released March 25, 2013

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a poesia das estações Vila Nova De Gaia, Portugal

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